De bellum urbem


Olhando para fora do ônibus
Escorre pela janela
Viscoso e pulsante

Trapos nas ruas
Ganhando o mofo do dia
Escárnio e resto

Multiendinheirados blindados
Secando por dentro
Nojo e afeto

Letrados cansados
Descaso pelas formas mortas
Poesia e piedade

Homens e mulheres
Em meio ao vômito social
Fogo e estampido

Dentro do ônibus
A música embotada
Desarranjo e harmonia

Discussões e muito choro
“Não pare o ônibus”
Pedido e medo

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